Antes mesmo de assumir o cargo, na terça-feira, 1º, o novo ministro da
Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, já está em
campo para cumprir a sua primeira missão: montar uma tropa de choque de
governistas absolutamente fiéis ao Planalto para ocupar as cadeiras da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás.
Ao mesmo tempo, Berzoini terá como missão imediata trabalhar para
ganhar a questão jurídica da futura CPI: que seu foco possa ser ampliado
para que ela possa incluir outras questões, além da Petrobrás.
O Planalto quer que a comissão apure também questões que envolvam os
governos do PSDB de Aécio Neves e do PSB de Eduardo Campos, prováveis
adversários de Dilma nas eleições de outubro. Assim, esvaziaria o ímpeto
oposicionista de tornar a CPI um palco para as eleições contra a
presidente Dilma Rousseff e seu governo.
Com respaldo do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Berzoini chega ao Planalto para dividir o poder com o ministro-chefe da
Casa Civil, Aloizio Mercadante, que, até agora, reinava absoluto, já que
a ministra Ideli Salvatti, que deixa o posto para assumir a Secretaria
de Direitos Humanos, estava completamente desgastada. Mercadante, que
estava procurando trabalhar nos bastidores na coordenação política, já
conversou com Berzoini e os dois dividirão a função com os líderes
governistas de encontrar os nomes "a dedo" para compor a comissão
parlamentar.
Missão. Auxiliares da presidente Dilma Rousseff asseguram que a
parceria entre os dois está azeitada e que Berzoini chegará reforçado. O
ideal para o Planalto era que, neste fim de semana, Berzoini estreasse
nas suas funções, mesmo sem ter assumido o cargo. O objetivo seria
conseguir reverter assinaturas de parlamentares da base aliada das
listas da CPI.
Mas, como já não se trabalha mais com esta hipótese, o que a presidente
espera dele é que consiga montar uma Comissão Parlamentar de Inquérito
Mista, com assuntos que envolvam também temas problemáticos para a
oposição e que, quando ela for instalada, na próxima terça-feira, os
nomes governistas já estejam certos para ocupar suas cadeiras.
O desenho que está sendo trabalhado pelo Planalto é que o presidente da
CPMI será o senador João Alberto (PMDB-MA). O relator terá seu nome
discutido no fim de semana, mas será do PT. Caberá exatamente a Berzoini
procurar este nome e outros para a montagem da artilharia a ser usado
pelo governo contra a oposição.
O governo está se preparando para que, a montagem desta CPI seja a mais
cuidadosa possível, com controle total do Planalto, que tem a maioria
das cadeiras. O governo acredita que a previsão de leitura da instalação
da CPMI seja na terça-feira, com imediata nomeação da maioria
governista. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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