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sábado, 22 de março de 2014

Explicações de Dilma sobre compra de refinaria nos EUA foram antídoto eleitoral


BRASÍLIA - Por conta das eleições, a presidente Dilma Rousseff decidiu explicar publicamente por que votou a favor da compra da refinaria de Pasadena em 2006 pela Petrobras, em uma tentativa de antecipar o debate que imaginava estar guardado no bolso da oposição.
O Palácio do Planalto avaliou que seria melhor enfrentar o debate agora, do que no segundo semestre do ano, com a campanha eleitoral já avançada. A compra da refinaria foi feita com a aprovação de todo o Conselho Administrativo da Petrobras, que, na época, era presidido por Dilma.
Interlocutores da presidente dizem que havia uma expectativa de que os inimigos políticos de Dilma preparavam um material sobre o assunto para ser lançado durante a campanha, mostrando que a candidata à reeleição avalizou um negócio altamente desvantajoso para a Petrobras.
O Planalto acreditava que, assim, os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) teriam um prato cheio para inundar seus programas eleitorais com munição anti-Dilma e decidiu soltar a nota explicativa como uma espécie de antídoto eleitoral. No entanto, a estratégia adotada pelo Planalto foi considerada um erro por dirigentes petistas.
Dilma justificou que tomou a decisão embasada em um resumo executivo “falho” feito pelo Diretor da Área Internacional da estatal, o qual não informava sobre duas cláusulas, uma que garantia à sócia da Petrobras lucro de 6,9%, mesmo em condições adversas (cláusulas Marlim), e outra que obrigava uma das partes a comprar a outra em caso de desacordo (Put On).
Por conta de cláusulas que, segundo a presidente, foram omitidas quando aprovou o negócio, a Petrobras foi obrigada a comprar 100% da refinaria dois anos depois. A Petrobras investiu no negócio US$ 1,18 bilhão. Segundo o Tribunal de Contas da União ( TCU), a refinaria não processa um único barril de petróleo e ainda não deu retorno financeiro à estatal.



 

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