Estar casado ajuda a manter um coração saudável, enquanto ser
divorciado ou viúvo está associado a níveis mais altos de doenças
cardiovasculares, segundo um estudo realizado com 3,5 milhões de pessoas
nos Estados Unidos e publicado nesta sexta-feira, 28.
Este é o maior estudo que mostra como a saúde cardíaca está ligada ao
estado civil, e foi apresentado na conferência anual do American College
of Cardiology, realizada em Washington neste fim de semana.
"Esses resultados certamente não devem levar as pessoas a se casar, mas
é importante saber que as decisões sobre com quem você está, por que e
por que não, podem ter implicações importantes para a saúde vascular",
explica o autor do estudo Carlos Alviar, cardiologista do Langone
Medical Center da Universidade de Nova Iorque.
De acordo com o estudo, para os casados, o risco de desenvolver
qualquer doença cardiovascular é 5% menor em comparação com os
solteiros. O risco de doenças cardíacas também é menor entre casados, em
relação aos viúvos ou divorciados.
Os divorciados apresentaram uma maior probabilidade de desenvolver
qualquer doença vascular, aneurisma da aorta abdominal, doença arterial
coronariana e acidente vascular cerebral em comparação com solteiros e
casados .
Os viúvos mostraram probabilidades ligeiramente mais elevadas de sofrer
qualquer doença vascular e doença arterial coronariana em comparação
com os outros grupos.
"O estudo mostra que outros fatores de risco, como tabagismo,
obesidade, hipertensão, diabetes e sedentarismo, também aumentam (o
risco) junto ao fato de ser divorciado ou viúvo", indica Suzanne
Steinbaum, diretora do departamento de mulheres e de doenças do coração
do hospital Lenox Hill de Nova York.
Solidariedade conjugal
"Como os casados tendem a ajudar uns aos outros a ser mais saudáveis ,
assegurando que seu cônjuge se alimente bem, faça exercícios, tome seus
medicamentos e ajude a ir a compromissos, as pessoas casadas tendem a
ter menos risco de doenças do coração", acrescenta Steinbaum, que não
participou do estudo.
Os pesquisadores ficaram surpresos ao ver que a relação era maior em pessoas com menos de 50 anos de idade.
"A parceria entre casados e uma menor probabilidade de doença vascular é
maior entre os jovens, o que não esperávamos", garante Alviar.
Neste grupo, o casamento esteve relacionado a 12% menos de probabilidade de apresentar doenças cardíacas ou arterial.
Entre aqueles que se casaram com idades compreendidas entre 51 e 60
anos, houve 7% menos de probabilidade de desenvolver doenças do coração e
de 4% entre os 61 anos ou mais.
Os dados, coletados entre 2003 e 2008, foram obtidos a partir de 3,5
milhões de pessoas em 50 estados, com idades entre 21 e 102 anos que
participaram de um programa pago para estudar doenças cardiovasculares.
Os autores observam que o estudo incluiu uma proporção relativamente
pequena de participantes de minorias raciais e étnicas, o que pode
limitar o significado dos resultados.
Fonte: A Tarde
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