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domingo, 30 de março de 2014

REGIME MILITAR: DO GOLPE DE 64 À REDEMOCRATIZAÇÃO EM DEZ ATOS

1) A campanha da Legalidade
Em agosto de 1961, o então vice-presidente João Goulart é alvo de uma primeira tentativa de golpe. 
Ele está na China, em viagem oficial, quando o presidente Jânio Quadros renuncia. 
Ao tentar retornar para assumir o cargo, é impedido pelas Forças Armadas. 
Para reverter a situação, o governador do RS, Leonel Brizola, lidera uma mobilização nacional. 
A campanha tem grande adesão e sai vitoriosa.

2) O comício de 13 de março de 1964
É considerado um dos episódios decisivos para o golpe de 1964. 
Jango reúne milhares de pessoas na Central do Brasil, no Rio, e faz um discurso inflamado à multidão, 
cujo mote são as reformas de base. O presidente assina decretos determinando a estatização de
refinarias particulares e a desapropriação de terras às margens das rodovias para a reforma agrária. 
As medidas alarmam setores conservadores da sociedade

3) A Marcha da Família com Deus pela Liberdade
A reação conservadora ganha força em 19 de março de 1964, nas ruas de São Paulo. 
Milhares de pessoas protestam contra as reformas de base, em repúdio à política de governo 
e à suposta ameaça comunista. O medo de que o Brasil pudesse ter o destino de Cuba, 
em um mundo dividido pela Guerra Fria, une as elites e a classe média na Praça da Sé, 
com apoio da Igreja e da mídia. A marcha dá respaldo à intervenção militar.

4) Os militares tomam o poder
Na madrugada de 31 de março de 1964, o general Olympio Mourão Filho coloca as tropas 
na rua, em Juiz de Fora (MG), e precipita o golpe. Jango deixa a sede do governo, no Rio, 
 vai para Brasília e depois a Porto Alegre. Decide não reagir e segue para o exílio no Uruguai. 
Antes disso, o cargo é dado como vago. Em 15 de abril, o general Humberto de Alencar 
Castello Branco é ungido ao poder.

5) O Ato Institucional e o início das cassações
Em 9 de abril de 1964, a junta militar publica o primeiro Ato Institucional, que nasce sem 
número e sob a justificativa de impedir a comunização do país. O documento permite a
 primeiras cassações e suspensões de mandatos e direitos políticos. Autoriza o presidente 
a decretar estado de sítio e a propor emendas constitucionais. Marca eleições 
presidenciais para 1966 pelo voto direto, que nunca chegam a acontecer.

6) O AI-5 e os Anos de Chumbo
Com o Ato Institucional nº5, de 13 de dezembro de 1968, a ditadura se radicaliza. 
Temendo perder o controle do país, o presidente Arthur da Costa e Silva decreta o AI-5, 
 que autoriza uma série de medidas arbitrárias, como o fechamento dos parlamentos e a 
suspensão, por 10 anos, dos direitos políticos de qualquer cidadão. A censura atinge o ápice. 
É o golpe dentro do golpe. O ato vigora por dez anos

7) Geisel e a "abertura lenta e gradual"
Depois da gestão do general Emílio Garrastazu Médici – marcada pelo auge da repressão 
–, Ernesto Geisel assume a Presidência em março de 1974 e dá início à transição democrática 
“lenta, segura e gradual”. O regime dita o ritmo da abertura, que ainda levaria uma década 
para se concretizar. Em 1977, lança o chamado Pacote de Abril, impondo medidas restritivas. 
Em dezembro de 1978, caduca o AI-5

8) Figueiredo e os momentos finais da ditadura
Sucessor de Ernesto Geisel na presidência, João Batista Figueiredo dá continuidade ao 
processo de distensão. Conduz a reforma política, põe fim ao bipartidarismo e assina, 
em agosto de 1979, a Lei da Anistia. Milhões de pessoas vão às ruas exigir eleições diretas
 para presidente (pelo movimento Diretas Já!), mas a emenda constitucional não passa no Congresso.

9) A morte de Tancredo Neves e a assunção de José Sarney
O PDMB lança o nome de Tancredo Neves às eleições de 1985, com o senador José Sarney, 
vinculado ao regime militar, na vaga de vice. Em 15 de janeiro, o Colégio Eleitoral dá 480 
votos a Tancredo e 180 a Paulo Maluf, candidato governista. Na véspera da posse, marcada 
para 15 de março, Tancredo adoece e, dias depois, morre. Sarney, agora no PMDB, torna-se 
o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura.

10) A Assembleia Nacional Constituinte e a Carta Cidadã
A transição da ditadura para a democracia só estaria completa com uma nova Constituição. 
Cumprindo a promessa de Tancredo Neves, José Sarney convoca a Assembleia Nacional 
 Constituinte, que se inicia em 1º de fevereiro de 1987. Os debates duram 20 meses, com 
grande participação popular. A chamada Carta Cidadã nasce em 1988 assumindo o 
compromisso de instituir o Estado Democrático de Direito.


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