1) A campanha da Legalidade
Em agosto de 1961, o então
vice-presidente João Goulart é alvo de uma primeira tentativa de golpe.
Ele está na China, em viagem oficial, quando o presidente Jânio Quadros
renuncia.
Ao tentar retornar para assumir o cargo, é impedido pelas
Forças Armadas.
Para reverter a situação, o governador do RS, Leonel
Brizola, lidera uma mobilização nacional.
A campanha tem grande adesão e
sai vitoriosa.
2) O comício de 13 de março de 1964
É considerado um dos episódios
decisivos para o golpe de 1964.
Jango reúne milhares de pessoas na
Central do Brasil, no Rio, e faz um discurso inflamado à multidão,
cujo
mote são as reformas de base. O presidente assina decretos determinando a
estatização de
refinarias particulares e a desapropriação de terras às
margens das rodovias para a reforma agrária.
As medidas alarmam setores
conservadores da sociedade
3) A Marcha da Família com Deus pela Liberdade
A reação conservadora ganha força
em 19 de março de 1964, nas ruas de São Paulo.
Milhares de pessoas
protestam contra as reformas de base, em repúdio à política de governo
e
à suposta ameaça comunista. O medo de que o Brasil pudesse ter o
destino de Cuba,
em um mundo dividido pela Guerra Fria, une as elites e a
classe média na Praça da Sé,
com apoio da Igreja e da mídia. A marcha
dá respaldo à intervenção militar.
4) Os militares tomam o poder
Na madrugada de 31 de março de
1964, o general Olympio Mourão Filho coloca as tropas
na rua, em Juiz de
Fora (MG), e precipita o golpe. Jango deixa a sede do governo, no Rio,
vai para Brasília e depois a Porto Alegre. Decide não reagir e segue
para o exílio no Uruguai.
Antes disso, o cargo é dado como vago. Em 15
de abril, o general Humberto de Alencar
Castello Branco é ungido ao
poder.
5) O Ato Institucional e o início das cassações
Em 9 de abril de 1964, a junta
militar publica o primeiro Ato Institucional, que nasce sem
número e sob
a justificativa de impedir a comunização do país. O documento permite
a
primeiras cassações e suspensões de mandatos e direitos políticos.
Autoriza o presidente
a decretar estado de sítio e a propor emendas
constitucionais. Marca eleições
presidenciais para 1966 pelo voto
direto, que nunca chegam a acontecer.
6) O AI-5 e os Anos de Chumbo
Com o Ato Institucional nº5, de
13 de dezembro de 1968, a ditadura se radicaliza.
Temendo perder o
controle do país, o presidente Arthur da Costa e Silva decreta o AI-5,
que autoriza uma série de medidas arbitrárias, como o fechamento dos
parlamentos e a
suspensão, por 10 anos, dos direitos políticos de
qualquer cidadão. A censura atinge o ápice.
É o golpe dentro do golpe. O
ato vigora por dez anos
7) Geisel e a "abertura lenta e gradual"
Depois da gestão do general
Emílio Garrastazu Médici – marcada pelo auge da repressão
–, Ernesto
Geisel assume a Presidência em março de 1974 e dá início à transição
democrática
“lenta, segura e gradual”. O regime dita o ritmo da
abertura, que ainda levaria uma década
para se concretizar. Em 1977,
lança o chamado Pacote de Abril, impondo medidas restritivas.
Em
dezembro de 1978, caduca o AI-5
8) Figueiredo e os momentos finais da ditadura
Sucessor de Ernesto Geisel na
presidência, João Batista Figueiredo dá continuidade ao
processo de
distensão. Conduz a reforma política, põe fim ao bipartidarismo e
assina,
em agosto de 1979, a Lei da Anistia. Milhões de pessoas vão às
ruas exigir eleições diretas
para presidente (pelo movimento Diretas
Já!), mas a emenda constitucional não passa no Congresso.
9) A morte de Tancredo Neves e a assunção de José Sarney
O PDMB lança o nome de Tancredo
Neves às eleições de 1985, com o senador José Sarney,
vinculado ao
regime militar, na vaga de vice. Em 15 de janeiro, o Colégio Eleitoral
dá 480
votos a Tancredo e 180 a Paulo Maluf, candidato governista. Na
véspera da posse, marcada
para 15 de março, Tancredo adoece e, dias
depois, morre. Sarney, agora no PMDB, torna-se
o primeiro presidente
civil após 21 anos de ditadura.
10) A Assembleia Nacional Constituinte e a Carta Cidadã
A transição da ditadura para a
democracia só estaria completa com uma nova Constituição.
Cumprindo a
promessa de Tancredo Neves, José Sarney convoca a Assembleia Nacional
Constituinte, que se inicia em 1º de fevereiro de 1987. Os debates duram
20 meses, com
grande participação popular. A chamada Carta Cidadã nasce
em 1988 assumindo o
compromisso de instituir o Estado Democrático de
Direito.
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