O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), se desculpou neste sábado, 29,
com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) por ter "anunciado" o
democrata Paulo Souto como governador da Bahia, em evento na noite de
sexta-feira, 28.
Ao discursar durante a posse da nova diretoria da Associação de
Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), o gestor
citou a presença do secretário estadual de Indústria, James Correia,
como representante do "governador Paulo Souto", em vez de Jaques Wagner.
A fala gerou uma reação entusiasmada dos presentes, que aplaudiram o
"tropeço" do prefeito, que precisou se desculpar com a plateia do
auditório da Associação Comercial da Bahia.
"Rapaz, cometi um ato falho ontem (sexta-feira)", disse Neto para
Geddel, ao chegarem juntos, na manhã deste sábado, para a inauguração de
uma praça na Rua Lourival Costa, em Águas Claras. "Eu vi. O secretário é
que não deve ter gostado", respondeu Geddel, aos risos.
O peemedebista disputa com o ex-governador o posto de candidato único
das oposições ao governo. O prefeito negou que sua deslizada signifique a
definição de Souto como candidato.
"A decisão, se Deus quiser, sai semana que vem. Espero que saia até
sexta", reafirmou. De acordo com o democrata, o "erro" aconteceu em
função do acúmulo de assuntos na cabeça. "Esse assunto está me
consumindo tanto que até esses erros eu estou cometendo", brincou. Neto
acrescentou que "várias reuniões" devem ocorrer até o fechamento da
chapa.
Escondendo o jogo
Geddel, por sua vez, minimizou o "ato falho" do gestor municipal. "Acho
que é natural. Se eu estivesse lá, ele diria 'o ministro Geddel Vieira
Lima'. Paulo é meu amigo querido; merece todas as homenagens", declarou.
Ao ser questionado sobre a movimentação para convencer o deputado
federal Antonio Imbassahy (PSDB) a disputar uma cadeira no Senado,
Geddel desviou. "Você viu como ficou boa a pavimentação dessa praça?",
brincou. Em seguida, quando perguntado se negava as conversas com o
tucano sobre o tema, emendou, mais sério: "Não estou negando nem
confirmando. Hoje não é dia de tratar disso".
Imbassahy chegou neste sábado à capital baiana, mas o peemedebista não
quis revelar se tinha um encontro agendado com o tucano no final de
semana. O preeenchimento da vaga de candidato ao Senado, atualmente sem
nenhum postulante, seria um "fato novo" buscado por Geddel. Com a
"ajuda" dada a Neto para formar a chapa, Geddel poderia garantir sua
indicação como cabeça da chapa. No entanto, fontes ligadas a Imbassahy
asseguram que o deputado, apesar do assédio, planeja disputar a
reeleição.
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