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sábado, 22 de março de 2014

Cerca de 150 pessoas participam do Ocupa Dops no centro do Rio


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Movimento Ocupa Dops começou com aula pública em frente à antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Movimento Ocupa Dops começou com aula pública em frente à antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social Fabio Rossi / Agência O Globo
RIO - Com a presença de cerca de 150 pessoas, e pelo menos 50 policiais que acompanharam de perto o evento, o primeiro dia da ocupação cultural do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) reuniu grupos políticos e sociais diversos, entre membros da UNE, do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e do Ocupa Dops, que organizou o evento.
O ato começou no fim da tarde desta sexta-feira com uma aula pública da professora de História Luciana Lombardo, da PUC-Rio. Ela lembrou a história de violência da Polícia Civil do Rio de Janeiro e a ocupação do prédio com propósito de repressões a diversos grupos sociais.
- Eles dizem que a violência só ocorreu sob o regime militar, mas a gente sabe que há uma continuidade dessa violência. A polícia do Rio é uma polícia que mata. A história da polícia é uma história de combate às lutas sociais.
O advogado Antonio Modesto da Silveira, sequestrado pelo DOI-Codi, considerado o jurista que mais defendeu presos políticos, disse que Hitler "morreria de inveja" da violência utilizada no Brasil contra centenas de pessoas:
- Fui sequestrado, porque aquilo não era prisão, do mesmo modo que os grandes advogados Sobral Pinto e Heleno Fragoso. Hitler morreria de inveja ao conhecer tudo que se fazia no Brasil e também no Chile e na Argentina. As lágrimas correm até hoje, duram já 50 anos e estou seguro de que durará ainda muito mais.
Apoiando a realização do evento, João Ricardo Dornelles, membro da Comissão da Verdade do Rio (CEV-Rio), reforçou o interesse de que o esqueleto do Dops se transforme em um memorial da resistência, a exemplo do Dops de São Paulo. O prédio pertence à Policia Civil.
- Foi um espaço que teve papel muito forte de repressão não só militar, mas aos movimentos sociais. Hoje, temos uma disputa política com a policia civil. Durante mais de um século esse foi um local de repressão, mas também de resistência. O que queremos é ocupar no sentido de rememorar, mas dar um sentido novo para esse prédio - explicou.
Ao fim da fala de militantes, a companhia de dança e teatro de rua Mystérios e Novidades fez uma performance em frente às escadas do prédio do Dops. Em seguida, a ex-presa política Ana Bursztyn-Miranda, também do Ocupa Dops, leu o manifesto do grupo, que exige que o local vire um centro de memória sem qualquer ligação com a polícia. A ocupação simbólica continua ao longo do dia deste sábado.


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