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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

BRASIL CONTINUA SENDO CAMPEÃO MUNDIAL TDE INFLAÇÃO, DIZ LOYOLA


Chegou mais um dia de decisão do BC sobre os juros. Nesta quarta-feira (10) o Copom faz a penúltima reunião de 2012. Até bem pouco tempo atrás, o Brasil era conhecido como o país com uma das maiores, senão a maior, taxa de juros do mundo. Não temos mais essa posição, graças à ousadia do BC em reduzir fortemente a taxa para os atuais 7,5% ao ano. Porém, para o ex-presidente do BC, Gustavo Loyola, ainda estamos no alto do pódio quando o tema é inflação. “A economia está crescendo muito pouco e a inflação manteve-se num nível muito alto.  O Brasil continua sendo campeão inflação no mundo. Imagine quando a economia estiver crescendo mais, para onde ela vai? O mercado de trabalho está muito apertado, os salários têm crescido acima da produtividade. Nós conversamos com as empresas e a maior reclamação é sobre o custos de mão-de-obra crescentes”, disse ao G1 o sócio da Tendências Consultoria. Para o economista, o governo e o BC têm razão ao dizerem que o índice oficial de preços, o IPCA, vai cair em 2013 com as medidas adotadas esse ano, como a redução das tarifas de energia elétrica e as isenções de impostos. Mas ressalta que esse efeito não será gerado por um esfriamento da demanda por consumo no país. “Há fatores pontuais, como a redução das tarifas da energia, que vão mostrar um IPCA talvez ainda confortável em 2013.  Mas é um efeito temporário, não tem a ver com a demanda, tem mais a ver com oferta.  Nossa previsão é de que a inflação do ano que vem, na melhor das hipóteses, fique igual a esse ano, em 5,5%. Mesmo com os choques positivos,  dificilmente o IPCA vai desgarrar muito acima disso”, analisa. O ex-BC afirma que os ajustes necessários de hoje exigem uma sintonia mais fina. Para ele, não vivemos mais com uma economia que precisa de grandes choques para acertar o rumo. Por isso, se for preciso que o BC volte a subir os juros para evitar um “desgarramento” mais intenso da inflação, não deveremos voltar para uma taxa na casa dos dois dígitos. “Com esse ambiente externo de menor crescimento mais os avanços que tivemos aqui no Brasil, uma retomada dos juros não vai exigir um patamar muito alto para que se tenha um ajuste da demanda nos níveis adequados. A nossa hipótese é que não volta para casa dos dígitos – 9% seriam suficientes para manter a inflação num nível confortável”, diz Gustavo Loyola. Entretanto, isso não desfaz o nó atual da economia: conseguir crescer 4% ou mais sem acelerar a inflação, que já está acima do que é saudável para o país. “Essa é a dificuldade de crescer. O que é o máximo possível para o mercado, é o mínimo para o governo, que é um PIB de 4%.  Fazer isso sem evitar que a inflação continue longe do centro da meta (de 4,5%) é muito difícil”. “O governo se auto impôs uma limitação de alta de juros. Isso virou uma plataforma politica da presidente Dilma. O  trabalho do Tombini (presidente do BC) fica mais complicado. Claro que todo presidente gosta de juro baixo, mas não se pode aprisionar a política monetária.  Acho que a inflação faz um mal político maior”, conclui.

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