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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

QUEM SÃO OS NOVOS PROFISSIONAIS DO PRAZER




Os terapeutas Ivy Fasanella (à esq.), Alexsandro Silva e Edna Pereira. Eles sabem demover clientes que confundem terapia com sexo . Eles cobram caro para, usando apenas as mãos, levar gente desconhecida ao orgasmo. Há dez anos, o capixaba Alexsandro Barcellos Silva era um jovem psicólogo com um sogro esquisitão. Deva Nishok, pai de sua então namorada, adotara o tantra, uma filosofia oriental que usa experiências sensoriais – como massagens – para atingir a libertação física e espiritual. Por massagem, entenda-se a estimulação de todas as partes do corpo, inclusive zonas erógenas e órgãos sexuais. Mesmo “assustado”, Silva participou de algumas sessões promovidas pelo ex-sogro. “Meses depois, percebi que a experiência tinha mexido comigo”, diz ele. Silva deixou seu consultório particular de psicologia e resolveu estudar a filosofia tântrica. Hoje, aos 33 anos, Silva atende pelo nome de Pashupati. Num sobrado da Vila Mariana, em São Paulo, faz mulheres gemer, chorar e rir quando chegam ao orgasmo durante as sessões de massagem tântrica. Ele diz que sua família e seus colegas de Vitória, no Espírito Santo, onde nasceu, não aceitam muito bem a reviravolta em sua vida. Os vizinhos especulam se ele virou garoto de programa. Os pais, chocados, perguntaram se a tal massagem era “lá” onde estavam pensando. Ele confirmou. Sua mãe, Xanderly, uma dona de casa de 53 anos, demonstrou preocupação: “E se o marido dessas moças descobre?”. Dona Xanderly não tem com o que se preocupar, diz Silva. Ele, assim como os outros 63 terapeutas do Metamorfose, o maior centro tântrico do país, é um novo tipo de profissional do prazer. Em salas com iluminação baixa, aroma de incensos e música relaxante, eles aplicam a massagem da maneira mais asséptica possível, em delicadas circunstâncias. Depois de uma breve conversa com o cliente, para entender as motivações que o levaram até lá, convidam-no a se deitar nu num futon, vestem luvas descartáveis besuntadas em óleo corporal e começam o trabalho. Não é permitido que o massagista fique nu ou seja tocado durante a sessão. Silva, como os outros terapeutas, diz seguir o protocolo rigorosamente. Por quase uma hora, ele executa movimentos suaves com as pontas dos dedos pelo corpo do cliente, “acordando” os músculos e o sistema nervoso. Na meia hora seguinte, dedica-se aos genitais. A sessão pode ou não terminar em orgasmo, mas é certo que não haverá sexo entre o massagista e seu cliente. “Encaro meu trabalho como se fosse um ginecologista”, afirma Silva. Mesmo assim, ele não é muito discreto ao revelar os elogios que escuta das clientes. “Algumas me consideram uma espécie de deus.” Silva chama algumas das sessões de massagem de “exorcismo”, por causa dos gritos e das crises de riso ou de choro: “Só aperto os botões certos para despertar algo que já está na pessoa”. Fonte G1

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