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quinta-feira, 17 de maio de 2012

MUITO CUIDADO, PRESIDENTA


O Brasil tem hoje a menor taxa de juros de sua história moderna. Mas é ainda a segunda maior taxa do mundo. Em verdade, na América, na Europa e no Japão a taxa de juros é negativa há já algum tempo. Quer dizer, taxas inferiores às respectivas taxas de inflação. Portanto, se há uma oportunidade para o Brasil trazer sua taxa de juros a um patamar civilizado e em linha com o padrão internacional é agora.
E o governo da presidenta Dilma está claramente buscando isto. Mas não creio que será assim tão fácil. Mais que isso, duvido que seja indolor. E sei por experiência própria. Foi eu falar claro sobre isto em minha campanha à presidência e o mundo do poder real em nosso País desabou em cima de mim. E Lula viu a necessidade e a oportunidade de escrever a famosa “carta aos brasileiros”. Acusei o golpe e a chamei de carta aos banqueiros. Foi bom pro Brasil, afinal.
Volto ao assunto só porque acho, comovidamente, que nuvens escuras se aproximam por sobre nosso governo. Parte é visível, parte clandestina.
Na parte visível, as penas alugadas já germinam grande pressão sobre o Banco Central. Tombini, que conduz com grande profissionalismo a diretoria do BC, já sentiu necessidade de declarar que as decisões são técnicas, “independentes”, querendo responder à provocação de que Dilma controla o Banco Central. E é uma graça pra quem tem minha vivência, ver os bancos privados correrem atrás da decisão dos bancos públicos de saírem do oligopólio e baixarem unilateralmente suas taxas de juros na ponta da freguesia, aonde o abuso e a usura são ainda mais escandalosos e sem precedente no mundo.
Esta pressão vai se agudizar muito proximamente. É a taxa Selic aloprada que causava a artificial taxa de câmbio, valorizando o real de maneira a que fica mais barato viajar pra Miami, saindo de São Paulo, do que viajar para Fortaleza, quando todo mundo sabe que Fortaleza é muito melhor do que Miami.

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