Não
existe uma só pessoa, no mundão fashion de Nova York, Londres, Paris, Milão que
diga, de cara: “Ela é brasileira.” Tudo bem que o estereótipo da top made in
Brazil esteja mais para Gisele Bündchen do que para, digamos, Fernanda Tavares
ou Emanuela de Paula, mas nem assim Cintia Dicker está dispensada de esclarecer
sobre sua verdadeira origem, ela que, nos Estados Unidos, onde mora há sete
anos, é quase sempre confundida, graças àqueles cabelos vermelhos e àquelas
sardas que dá vontade de contar, uma por uma.
Cintia
Dicker é produto nacional, autêntico, genuíno, original, para exportação,
procedente daquele celeiro de beldades que é o Rio Grande do Sul, se bem que, é
bom admitir, esteja na cara – e no sobrenome – o tributo que ela paga ao DNA de
ancestrais alemães (o sobrenome Dick ela teve de mudar na América, por culpa de
uma sutileza semântica do inglês). Cintia é de Campo Bom, na Serra Gaúcha, a
meia hora de carro de Gramado. A cidade é uma daquelas típicas colônias alemãs
fechadas em si mesmas, onde as famílias preservam hábitos e a língua de origem
(meio estropiada, é verdade, pelas décadas e décadas de isolamento), ainda que a
imigração dos antepassados tenha acontecido mais de um século atrás – no caso de
Cintia, a bisavó materna. Mas os traços culturais são ainda tão fortes que
Cintia aprendeu o alemão em família. De todo modo, o que interessa é que o blend
genético produziu uma preciosidade, vocês não concordam?
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