A nascente principal do Rio São Francisco,
localizada na Serra da Canastra, em Minas Gerais, que secou, tende a se
recuperar com as chuvas previstas para a segunda quinzena de outubro.
Segundo o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco (CBHSF), Wagner Costa, a seca é provisória e a situação da
nascente deve se normalizar com a chegada das chuvas
Membros do comitê reuniram-se na tarde desta
sexta-feira (26), em Belo Horizonte, para discutir o assunto. Segundo
Costa, a longa estiagem reduziu a vazão nos diversos rios que abastecem
a calha São Francisco. "Com a volta das chuvas esperamos que a
nascente retorne. Ela é considerada a nascente principal, só que não
influencia como um todo, apenas naquele primeiro trecho do rio. E ela
não está, em princípio, seca permanentemente. Havendo a infiltração da
água, o lençol freático será reabastecido”, explicou.
O diretor do Parque Nacional da Serra da Canastra,
Luiz Arthur Castanheira, segue o mesmo raciocínio. “Com a seca, os
pequenos córregos que formam a nascente, na região do parque, secaram.
Agora é ficar de olho na previsão do tempo e esperar chover”, disse
Castanheira. Ele destacou que as outras nascentes continuam abastecendo
o rio, que corre normalmente nos trechos mais abaixo da nascente
principal.
Mesmo acreditando que a situação tende a se
normalizar com a chegada das chuvas, o CBHSF alerta para o uso da água,
principalmente em regiões dependentes do rio. “Temos que fazer uma
campanha pelo uso racional da água, é um assunto para agora. Em um
primeiro momento, a vazão reduzida pode causar problemas com a
biodiversidade. Com menos vazão, o rio reduz o ambiente para flora e
fauna, e isso pode causar algum desequilíbrio biológico no futuro”,
ressaltou Costa.
A reunião do comitê também concluiu que certas
providências são necessárias para preservar as nascentes e os lençóis
freáticos que abastecem o São Francisco. O plantio de árvores às
margens do rio e no alto dos morros e montanhas está entre as medidas
recomendadas, assim como o uso adequado do solo, impedindo que a água da
chuva escorra antes de ser absorvida pela terra.
Tais medidas ajudam a infiltração da água da chuva
no solo, abastecendo os lençóis freáticos e, consequentemente, as
nascentes. “O trabalho de revitalização do rio tem que ser constante,
contínuo daqui para a frente. É bom que haja um choque como este
[nascente que secou] para que as pessoas tomem consciência e adotem uma
atitude positiva de recuperação dos rios, usando a água com
parcimônia”, afirmou Costa.
Fonte: Correio da Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário