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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Partido sob medida

É tão fácil criar um partido no Brasil, que a ex-senadora Marina Silva, ex-PT e ex-PV, está a um passo de criar o seu para disputar a Presidência da República por não encontrar nos outros 30 existentes um que seja digno de sua confiança.
Na terça-feira, Marina se reúne em São Paulo com dirigentes do Movimento Nova Política, uma articulação de pessoas que a apoiaram em 2010 e que desejam tê-la como candidata em 2014. Outro encontro está previsto para o dia 16 de fevereiro, em Brasília, quando deverá ser tomada a decisão final. Simpatizantes do movimento acreditam que, em um novo partido, Marina pode ser a terceira via na eleição de 2014. Baseiam-se em pesquisas nas quais ela aparece à frente do tucano Aécio Neves, graças à lembrança da eleição passada, quando ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com quase 20 milhões de votos.
O primeiro desafio de Marina é o mais fácil: colher 500 mil assinaturas é tão simples, que pessoas sem o carisma e a experiência dela conseguiram criar o PEN (Partido Ecológico Nacional) e o PPL (Pátria Livre). O segundo desafio é de média complexidade: atrair parlamentares para garantir tempo de TV e verba do fundo partidário. Com um discurso em defesa da sustentabilidade e da reforma política, seguidores de Marina imaginam conquistar deputados descontentes com o PT e o PSOL.
Difícil mesmo é Marina se viabilizar como candidata a bordo de um partido novo e sem estrutura no país, com tempo mínimo na propaganda de rádio e TV. O PV também não tinha, mas em 2010 ela era a novidade e o vice, Guilherme Leal, pagava boa parte das contas e conseguia doações de campanha. Outro problema de Marina é encontrar um discurso que vá além da causa ambiental. Seus aliados asseguram que as convicções religiosas dela não impedirão o partido de tratar de temas como aborto e direitos dos homossexuais. O que se viu em 2010 foi o contrário: Marina fugiu das pautas e se mostrou tão conservadora quanto os adversários.

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