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domingo, 9 de novembro de 2014

Brasil e Bahia: notas sobre um multilinguismo desconhecido

Na fase atual dos estudos histórico-linguísticos, relativos ao português brasileiro, são abundantes os artigos, resenhas, teses e livros que ressaltam a variação inerente à língua oficial do Brasil, tanto entre regiões, quanto entre classes sociais distintas.

De modo que, apesar da grande resistência por parte dos muitos que ainda defendem o purismo excludente do ensino tradicional de gramática, a consciência de que o português do Brasil se manifesta de maneiras diferentes dentro de suas fronteiras territoriais já começa a tomar forma, haja vista os debates, entre gramáticos e linguistas (cientistas da língua).

Paralelamente a esse fato animador, desde 2010, começaram a ser publicadas gramáticas escritas por cientistas da língua, tendo como base a chamada norma culta brasileira, em sua modalidade oral, no intuito de que as estruturas linguísticas nelas afixadas como regra padrão de uso correspondam a norma linguística realmente observada na prática.

Multilínguas

Não se divulga o fato de o Brasil ser um país multilíngue, muito menos o fato de ser um dos países mais multilíngues do mundo. Ainda hoje, principalmente na região Norte do país, são faladas cerca de 180 línguas indígenas, pertencentes, em sua maioria, a dois grandes troncos linguísticos, o tupi e o macro-jê, apesar de a mais conhecida delas, o tupinambá, ser hoje uma língua morta.

A sua descrição gramatical, entretanto, existe até hoje e pode ser facilmente encontrada na internet: trata-se das gramáticas publicadas por José de Anchieta, em 1595, e por Luís Figueira, em 1621, ambos jesuítas. Ressalte-se que as cerca de 180 línguas indígenas, depois da Constituição Federal de 1988, passaram a ser consideradas línguas nacionais, como as do sul da Bahia, cuja existência só foi descoberta no meio acadêmico em 2006, graças a pesquisadores da Ufba.

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