O ex-gerente de Marketing da Diretoria
de Abastecimento da Petrobrás Geovanne de Morais, citado pela geóloga Venina
Velosa da Fonseca como responsável pelos pagamentos de serviços não prestados,
foi um dos contatos da agência de propaganda e marketing Muranno Brasil,
investigada pela Operação Lava Jato. Ela foi paga em 2010 com dinheiro do
esquema de cartel, corrupção e propina movimentando por Alberto Youssef. Em sua
delação premiada, o doleiro disse que a ordem de pagamento foi dada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao então presidente da estatal
petrolífera, José Sérgio Gabrielli. Conforme matéria do site
Diário do Poder, o ex-presidente da estatal, indicado politicamente por Lula, é
do PT da Bahia e próximo do ex-gerente de marketing Geovanne de Morais, que foi
acusado pela ex-gerente da área de Abastecimento Venina Fonseca. Ela afirmou ao
jornal Valor Econômico ter alertado a atual presidente da Petrobras, Graça
Foster, das irregularidades nos contratos de marketing da estatal, acusando
pagamentos de serviços não prestados e excessos de gastos.
A Muranno Brasil é alvo de um
inquérito aberto pela Polícia Federal, após seu nome aparecer nos pagamentos
feitos por Youssef com recursos desviados da Petrobras via contratos da Camargo
Corrêa – construtora acusada de cartel. Foram feitos pagamentos que totalizaram
R$ 1,7 milhão entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 para a Muranno.
Segundo Youssef afirmou em sua delação premiada, a agência de propaganda era
contratada pela Petrobras com dinheiro não contabilizado e tinha dívidas a
receber. Seu dono, o empresário argentino Ricardo Marcelo Villani, estaria
pressionando o governo Lula para obter os valores atrasados. Ele teria ameaçado
denunciar os esquemas de corrupção e propina na estatal, que virou alvo da
Operação Lava Jato e era controlado pelo PT, PMDB e PP – mas que abasteceu
também o PSDB e o PSB.
Youssef revelou que Lula soube da
ameaça, na época, e determinou a Gabrielli que usasse o dinheiro “das
empreiteiras” para resolver o assunto. “Lula ligou para o Gabrielli e falou
para ele resolver essa merda”, contou Youssef. Gabrielli teria sido orientando
a procurar Costa na área de Abastecimento para quitar a dívida. Costa
acionou o operador do esquema de propina e pediu que fosse acertada a dívida.
Youssef confirmou que providenciou o pagamentos de R$ 1,7 milhão. Villani
também disse que em 2010 foi procurado pelo doleiro, após os pedidos para
receber os valores da estatal feitos ao ex-diretor de Abastecimento.
Confissão. - Villani
nega ter ameaçado denunciar o esquema alvo da Lava Jato, mas confirmou que
prestava serviços para a Petrobras, por meio do ex-gerente de Comércio de
Álcool e Oxigenados Sillas Oliva Filho e pelo ex-gerente de Marketing da
Diretoria de Abastecimento, sem ter contrato. O serviço seria a divulgação da
marca da estatal em eventos da Fórmula Indy, nos Estados Unidos, entre 2004 e
2008. “Silas sugeriu que ele bolasse uma estratégia de marketing
de relacionamento”, diz Villani, sobre a criação da Muranno para os serviços na
Indy. “Que o declarante ‘bolou’ um projeto e fez um orçamento para a gerência
de comunicação de Abastecimento da Petrobrás, cujo gerente era Geovanne.”
Fonte Bocão News
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