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domingo, 10 de agosto de 2014

UMA ASPIRINA POR DIA PREVINE CÂNCER E MORTE PELA DOENÇA, AFIRMAM PESQUISADORES


Uso prolongado da droga também desencadeia uma série de efeitos colaterais como úlceras e sangramentos no estômago
Tomar uma aspirina por dia ajuda a pode ajudar a evitar casos de câncer no trato digestivo. Foi o que contatou uma equipe de pesquisadores da Queen Mary University of London após analisar uma série de estudos e resultados de testes clínicos sobre o tema. Ainda não se sabe exatamente quais são os mecanismos que fariam com que a aspirina prevenisse a formação de tumores. De acordo com a revisão, tomar aspirina por 10 anos todos os dias poderia reduzir os casos de câncer no intestino em cerca de 35% e as mortes em 40%. A incidência de câncer no esôfago seria cortada em 35 e 50 % e as mortes em 30%. Os efeitos benéficos começaram a surgir após cinco anos de ingestão de 75-100 mg de aspirina por dia. Para os pacientes entre 50 e 65 anos, os benefícios passaram a aparecer após 10 anos, ao menos.
Os pesquisadores do Queen Mary University of London afirmam, no entanto que ainda é preciso entender o que faz a aspirina prevenir câncer. Os dados da constataram apenas que o uso do medicamento reduziu casos e mortes, mas ainda não se sabe que mecanismos estão por trás disto. Ainda se desconhece se o efeito anti-inflamatório da aspirina acarretaria a redução de inflamações crônicas que poderiam desenvolver algum tipo de câncer ou se seria um efeito molecular que barraria uma situação benigna se tornar maligna. Estudos neste sentido ainda precisam ser feitos.
“É sabido que a aspirina, uma das drogas mais comuns e baratas do mercado, pode proteger contra certos tipos de câncer. Mas até agora não ficou claro se os prós de tomar aspirina todos os dias supera os contras”, disse Jack Cuzick, chefe do Centro de Prevenção do Câncer da Universidade e autor principal do estudo publicado no periódico científico Annals of Oncology.
Calma lá. - A análise também mostrou que o uso prolongado da droga pode aumentar o risco de sangramento no trato digestivo e no estômago. O risco foi aumentado para as pessoas com mais de 60 anos de 2,2% para 3,6%. O consumo diário de aspirinas poderia ser fatal para menos de 5%. Normalmente, em pessoas que não fazem uso de aspirina prolongado, as taxas de hemorragia digestiva graves ou fatais são muito baixas em pacientes de 70 anos, mas o estudo mostrou um aumento acentuado após esta idade em pessoas que tomaram a droga diariamente. Outro efeito colateral do uso prolongado de aspirina é o aumento de 30 a 60% de casos de úlcera. Algo que não pode ser desprezado. “Não é para todo mundo sair tomando aspirina. O estudo mostrou que é preciso analisar grupos de risco onde prevenir o câncer seja mais interessante que os riscos de sangramento e inclusive o aparecimento de úlceras no estômago”, disse Felipe José Fernàndez Coimbra, diretor do Núcleo de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo Câncer Center, em São Paulo, e que não participou do estudo.

Coimbra alerta que ainda não está claro a dose ideal. Os pesquisadores britânicos falam entre 75 e 100 gramas diárias. “É muito variável e para se chegar a uma conclusão desta é preciso entender o mecanismo e também acompanhar os pacientes por muito mais tempo que dez anos. Mas é uma boa notícia. São conhecimentos que vão se acumulando. Futuramente talvez a gente possa definir quem deve usar e quanto deve usar”, disse.

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