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domingo, 6 de dezembro de 2015

Prazo do impeachment é a nova queda de braço


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Governo e oposição passaram a travar uma nova queda de braço sobre o pedido de impeachment de Dilma.
O governo quer apressar, votar logo agora em dezembro, e a oposição atrasar, deixar lá para depois do carnaval.
É simples entender. Desde que Dilma assumiu o segundo mandato, vive o seu melhor momento no Congresso e quer tirar proveito disso. Já a oposição dificilmente conseguiria os 342 votos (dois terços) para emplacar o processo e também falta-lhe um ingrediente fundamental, o povo na rua.
Calculam os oposicionistas que, no próximo ano, talvez as angústias causadas pela crise econômica embalem o povo.
Aí entra outro fato que seria cômico não fosse macabro: o protagonismo de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara que está com a moral afogada na lama, ajuda Dilma.
Acatado o pedido, a oposição quer descolar um caso de outro, algo como Cunha é Cunha e impeachment é impeachment.
Só falta combinar com a torcida.
Pior que Collor — Presidente da CPI que detonou o impeachment de Collor, o deputado Benito Gama (PTB), avalia que no início do processo a situação de Collor era melhor que a de Dilma hoje.
— Ele tinha mais apoio, inclusive de governadores fortes, como ACM.
Diz Benito que, no caso de Collor, o processo na Câmara durou 29 dias.
Na seca
Rui Costa vai segunda a Brasília bater nas portas dos ministros Gilberto Occhi (Integração) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Quer dinheiro para enfrentar a seca.
A crise hídrica já foi tratada com Dilma. Agora, é o acerto de contas. O problema é que os cofres federais também estão secos.
"É vergonhoso que a Câmara seja presidida por uma pessoa sem qualquer vinculação com a verdade e com o que é reto e decente"
Frei Leonardo Boff, arauto da Teologia da Libertação, criticando Eduardo Cunha por estar na Câmara e ainda pedindo o impeachment de Dilma.
Contagem regressiva
Santo Amaro vive dias de intenso agito político. O caso: a cassação de seis vereadores (com oito anos de inelegibilidade) esta semana não é fato isolado. No mesmo embrulho estão o prefeito Ricardo Machado (PT) e o vice Leonardo Pereira (PSB).
Dizem que os dois serão cassados semana que vem. Leonardo seria o candidato de Ricardo.
Crise zero
Mesmo em tempos de crise, a Desenbahia, agência de fomento estadual, deve manter o orçamento de R$ 2,8 bilhões previstos para concessão de crédito entre 2015 e 2016.
O presidente Otto Alencar Filho confirma. Ele diz que a instituição tem tido bom desempenho. E credita o sucesso a si próprio. Ou melhor, ao planejamento da sua gestão.
Santa sortuda
A procissão de Santa Bárbara ontem em Feira de Santana, uma velha tradição, foi minguada de políticos. Só tinham dois, o secretário Sérgio Carneiro e o vereador Correia de Zezito (PTB). Ante o queixume, alguns até tentavam se desculpar. Diziam que eles fugiram do forte calor, 41 graus.
Não colou. Os fiéis explicaram:
— Para a sorte de Santa Bárbara, a festa é em dezembro. Se fosse em setembro, de quatro em quatro anos todos iriam.
POUCAS & BOAS
  • O jornalista Carlos Navarro fará sua estreia como escritor quinta próxima (18h) na Casa do Comércio, quando lançará o livro de contos Goroba, segundo o próprio uma crônica dos costumes dos centros históricos.
  • Sobre a nota Rebeldia em Rede, dizendo que PMs soltaram uma carta queixando-se da má formação, a assessoria da PM diz que a formação tem duração de nove meses (praças) a quatro anos (oficiais), enquanto em outros estados já há cursos de três meses. E reitera que a carga horária e a qualidade do ensino são satisfatórias.
Colaborou: Joyce de Sousa
POLÍTICA COM VATAPÁ
Quase missão suicida
Essa quem conta é Sebastião Nery.
24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas se suicidou, o Brasil entrou em grande agito político. Assumiu o vice, Café Filho. Só ficou 44 dias, derrubado pelos militares. Assumiu Carlos Luz, presidente da Câmara. Só ficou três dias, também derrubado. Entrou o 1º vice, Nereu Ramos.
Antonio Balbino, governador da Bahia, foi concitado a indicar o ministro da Agricultura. Chamou o amigo Eduardo Catalão, cacauicultor, jeito britânico:
— Você é o cara, Catalão.
— Eu não, Balbino. Na Bahia tem nomes mais preparados, não acho justo. E você sabe que não tenho pretensões políticas.
— Fale sério, Catalão. Você está é com medo. Sabe que é um governo de crise e pode sair de lá fuzilado!
Catalão arregalou o olho, bradou:
— Se é para ser fuzilado, aceito!
Nereu Ramos governou dois meses e 21 dias, o tempo de completar o quatriênio de Getúlio. Catalão ficou até o fim. Saiu vivo.
A Tarde - Levi Vascconcelos

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