Total de visualizações de página

domingo, 13 de dezembro de 2015

Bahia já é 3º produtor de energia eólica


  • Joá Souza l Ag. A TARDE l 05.08.2014
    Em dez anos, as torres de aerogeradores ficaram mais altas, passando de 50 para 120 m - Foto: Joá Souza l Ag. A TARDE l 05.08.2014
    Em dez anos, as torres de aerogeradores ficaram mais altas, passando de 50 para 120 m
Em 2005, a Bahia não possuía um só projeto de usina de produção de energia pela força dos ventos ou pela irradiação solar. Dez anos passados, o Estado é o principal protagonista do setor e caminha para o ser o maior produtor brasileiro de energia derivada das fontes renováveis solar e eólica. Hoje, com 505 MW médios, a Bahia já é o terceiro maior produtor de energia eólica do Brasil, demonstrando um crescimento de 123% em relação a 2014.
E justamente por causa da força dos ventos e do brilho do Sol, os baianos já contabilizam R$ 22,7 bilhões em investimentos. Em eólica são R$ 18,5 bilhões em 186 usinas, com 4,5 GW de potência, distribuídas em 22 municípios do semi-árido. Quanto à solar, são mais R$ 4,2 bilhões para 32 empreendimentos em cinco municípios e 893 MW de potência.
Em dez anos, as torres do aerogeradores ficaram mais altas: de 50 m para os 120 m atuais; a potência das máquinas triplicou, de 1MW para 3MW; e o preço médio  da energia obtida pela força dos ventos caiu 45%, fazendo com a eólica seja a segunda energia mais barata no país, atrás somente da hidrelétrica.
"Contando com os contratos privados do mercado livre, já são 230 usinas eólicas contratadas na Bahia. E são números que tendem a dar saltos. Como os leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são baseados em critérios de custo/eficiência, levamos vantagem porque temos o melhor potencial eólico-solar do país", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda, baseado em estudos que mostram o estado com 195 mil MW de potencial eólico a 150m.
De acordo com ele, a Bahia foi um dos estados mais beneficiados com o recém-lançado PIEE - Programa de Investimento em Energia Elétrica, do Governo Federal. "Por determinação da Presidenta Dilma, até 2018 serão realizados leilões para gerar entre 25 mil e 31 mil MW  de energia, com previsão de investimentos da ordem de R$ 186 bilhões. Vamos brigar, ainda mais, pela maior fatia desse bolo", aposta Hereda.
No PIEE também está prevista a construção de 38 mil km de linhas de transmissão, para a qual serão aportados R$ 4,1 bilhões. Na Bahia, destacam-se as linhas entre Juazeiro e Ourolândia, e de Gentio do Ouro a Bom Jesus da Lapa, ambas de 500 kV. De Bom Jesus da Lapa,  Sapeaçu  e Igaporã  partirão as linhas que aumentarão em 6 mil MW a capacidade de intercâmbio energético entre as regiões NE e SE. Outra linha, também de 500 kV, do Piauí, passando por Buritirama e Barreiras, beneficiará o Oeste baiano.
Potencial do estado
"A Bahia possui extraordinárias fontes de radiação solar e produção de ventos, com índices superiores aos verificados em outras regiões brasileiras e do mundo", confirma o engenheiro elétrico Osvaldo Soliano, do Centro Brasileiro de Energia e Mudanças Climáticas e professor da Universidade Federal do Recôncavo .
Enquanto a média de produtividade de um gerador eólico é de 28% a 30% no mundo, na Bahia este índice atinge picos de mais de 80%, por causa de ventos estáveis, sem rajadas, e unidirecionais. Já o Atlas Brasileiro de Energia Solar aponta o estado com uma excelente média anual de irradiação solar elevada, com boa uniformidade, alcançando picos de 6,5 kWh/m2,  enquanto o estado de Santa Catarina, por exemplo, chega ao máximo de 4,25 kWh/m² - ainda um número bem superior aos padrões dos países europeus.


Nenhum comentário:

Postar um comentário