Quando Jesus nasceu, o calendário
usado na época era o romano (calendário juliano). O ano 1 desse calendário marcava
a data da fundação de Roma. O tempo era marcado com a sigla U.C. (abreviatura
de Ab urbe condita, que significa “Desde
a fundação da cidade”). Com a queda de Roma em 1203 U.C., que corresponde ao
ano 455 d.C., a Igreja deixou de usar esse calendário, surgindo assim a necessidade
de um novo marco histórico (calendário gregoriano), a partir do qual os demais
acontecimentos seriam datados. Buscou-se
descobrir, então, o ano do nascimento de Jesus Cristo.
No século VI, o monge bizantino
Dionísio, o Pequeno, decidiu descobrir o ano em que Jesus nascera. Tomando como
ponto de partida a informação de Lucas de que Jesus fora batizado no décimo
quinto ano do reinado de Tibério Cézar, contando com cerca de 30 anos de idade
(Lucas 3.1.23), Dionísio só precisaria saber a data correspondente do reinado
de Tibério de acordo com o calendário romano (calendário juliano). Seus
cálculos revelaram a data 783 U.C. Ora, se Jesus tinha cerca de 30 anos no ano
783 U.C., bastaria subtrair 30 de 783, chegando-se ao ano de 753 U.C. Este ano
seria o ano 1 da era cristã.
Acontece, porém, que Dionísio
errou, pois, de acordo com Flávio Josefo, historiador judeu, o rei Herodes –
que havia mandado matar Jesus – morreu no ano 749 U.C. Isso quer dizer que Jesus
nascera antes de 749 U.C., provavelmente dois anos antes, ou seja, em 747 U.C.,
pois Mateus 2.16 registra que Herodes mandou matar todos os meninos de Belém e
circunvizinhança até dois anos de idade. Sendo assim, o ano 1 da era cristã
deveria recuar no mínimo 6 anos, mas isso não foi feito. Assim, esse erro criou
uma informação estranha no nosso calendário: Jesus não nasceu no ano 1, mas no
ano 4 ou 6 a.C. (antes de Cristo).
Fonte: Livro MENTIRAS QUE PARECEM
VERDADES (Agenor Duque).
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